Um pouco de história
As origens da Biblioteca Municipal de Coimbra remontam a meados do séc. XIX, altura em que a criação de uma biblioteca pública municipal em Coimbra – aberta a todos, ainda que primariamente destinada às classes populares – começa a ser defendida por nomes importantes da opinião pública coimbrã. Em editorial de O Conimbricense (17 de fevereiro de 1855), era publicada uma defesa enérgica da sua fundação, destinada à leitura pública, demonstrando-se a sua necessidade numa cidade que dispunha já da Biblioteca da Universidade, e a oportunidade da iniciativa, proporcionada pela existência de um vasto número de livros em depósito, provenientes dos colégios e conventos da cidade, extintos em 1834. A este núcleo inicial, juntar-se-ia, em dezembro de 1892, a livraria particular do Dr. António Luís de Sousa Henriques Seco deixada em legado à Câmara Municipal. Seria, no entanto, necessário esperar quase duas décadas pela criação efetiva da Biblioteca Municipal de Coimbra. Pouco depois da implantação da República em Portugal, propunha-se a criação de uma biblioteca pública municipal em Coimbra, a 27 de outubro de 1910, contudo, por divergências em relação ao edifício em que ela deveria ser albergada, não se avançou com a instalação. Só a 24 de dezembro de 1922 seria inaugurada num espaço de que a Câmara Municipal de Coimbra era proprietária, pertencente ao Mosteiro de Santa Cruz, abrindo as suas portas ao público no dia 8 de janeiro de 1923. Instalada a Biblioteca Municipal, numa nave superior do Claustro do Silêncio do Mosteiro de Santa Cruz e em algumas dependências do rés-do-chão do edifício municipal, com o passar dos anos tornava-se cada vez mais premente a necessidade de novas instalações. Outra batalha iria começar até que das antigas dependências do mosteiro crúzio a biblioteca se transferisse para o edifício atual, construído de raiz nos terrenos do horto municipal (ao cimo da Quinta de Santa Cruz, junto à Rua Pedro Monteiro). Em 1993, inaugurava-se o edifício novo da biblioteca, onde permanece, tendo no decorrer do tempo, diversificado a sua oferta patrimonial e criado novas valências, de acordo com as necessidades e exigências dos novos públicos. Exemplo disso é a criação da Imagoteca, em 1997, a Rede Municipal de Leitura com as Bibliotecas Anexas Municipais e Bibliomovel, em 2000, assim como a Fonoteca/Audiovisuais e a Galeria das Doações em 2003, em 2005 a Biblioteca Ler ao Cubo, biblioteca de jardim no parque verde do Mondego e, em 2010, o núcleo dedicado ao Livro Antigo e ao estudo do legado de António Luís de Sousa Henriques Seco.